Preconceito e discriminação
Vamos lá, mais um post “nada a ver” :) Direto ao ponto: preconceito e discriminação, o que eles têm de tão ruim? Vou dar minha opinião aqui. Primeiro, o que entendo por preconceito e o que entendo por discriminação.
Tentando ser o mais purista possível, entendo preconceito como a formação de uma opinião ampla sobre algo ou alguém a partir de informação insuficiente. Para mim o preconceito tem a ver com estereótipos e com a “categorização” precoce que fazemos. Dizemos “ele é bomzinho”, “ela é vadia”, “ele é um banana”, “ele é muito inteligente”, “ela é CDF”, etc. Não vejo nada de inerentemente mal nisso. É uma necessidade, afinal precisamos tomar decisões nos relacionamentos, mesmo não conhecendo muito bem as pessoas…
E a discriminação? Para mim, discriminar é tratar de maneiras diferentes pessoas diferentes. Só isso. Discriminação pode ser usada para o bem e para o mal, claro. Aristóteles disse: “Devemos tratar desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”.
Claro, porém, que todos estamos mais acostumados com o sentido negativo da discriminação. Alguns exemplos de discriminação:
- Ceder o lugar no ônibus/metrô/etc para uma pessoa idosa
- Avisar a um amigo inteligente que uma vaga irá se abrir na minha empresa, antes da vaga ser divulgada publicamente
- Mudar de assunto numa conversa entre nerds quando alguém nem-tão-nerd chega na festa (essa é frequente, hein?)
Ou seja, discriminar pra mim é adaptar, adaptar-se à situação, algo também muito importante na vida de um ser humano. Agora, claro que nem sempre a discriminação é baseada em um critério objetivo, e nem sempre o preconceito é temporário… O problema é quando preconceito e discriminação se juntam, aí se forma o verdadeiro eixo do mal (obrigado George W. Bush pela expressão).
Através do preconceito formamos uma imagem completa de uma coisa ou pessoa a partir de um pedacinho de informação. Enquanto o preconceito é apenas uma opinião estamos seguros, todos têm o direito de ter uma opinião. Porém ninguém tem direito a inventar fatos. Quando o preconceito escapa para a esfera da ação, e passamos a discriminar com base nele, aí então existe um problema:
- Podemos deixar de conversar sobre vários gostos em comum com uma pessoa (só pela aparência dela não ser “nerd-like”)
- Alguém com alguma deficiência pode não querer ofertas frequentes de ajuda (ele parece “feio” e “doente”, mas na verdade é totalmente independente)
- Etc, etc (pode ser muito pior).
Acho que o assunto que me fez pensar nessas bizarrices foi a polêmica em torno da (ainda não aprovada enquanto escrevo) “Lei da Homofobia”. Minha opinião sobre o assunto é escassa, quase não possuo opinião alguma, porém toda essa discussão traz junto velhos argumentos que me deixam muito PUTO. Sobre isso falo nos próximos capítulos, até lá.